A historiografia da escravidão promoveu significativas inovações epistemológicas e metodológicas nas últimas três décadas. Novas abordagens trouxeram à tona uma perspectiva que rechaçou analises eurocentradas e evitaram reproduzir a tendência de reificar aqueles que foram escravizados ao longo da História do Brasil. História Atlântica, Diáspora e Agência Escrava são alguns dos conceitos que colocam em cena o escravizado como sujeito histórico de um mundo que articulou Europa, América e África. Tais estudos revelam novas dinâmicas políticas, sociais e culturais, bem como instituições construídas na resistência cotidiana dos trabalhadores escravizados. As irmandades negras, bem como as congadas, são algumas destas instituições afro-atlânticas que se reproduziram em todas as cidades que se conectaram ao mundo atlântico. Este trabalho aborda a Irmandade do Rosário de Itu, bem como a existência de seu líder na figura de Rei da irmandade. Busco reinterpretar a história de Itu à luz desta nova abordagem historiográfica.