Este trabalho fundamenta-se nos estudos de Bakhtin para analisar a emergência doo aluno como sujeito que produz enunciados na interação com o outro. Para isso, é importante ter clareza sobre seu projeto discursivo, conhecer o gênero discursivo que quer produzir e a esfera de atividade humana na qual pretende atuar. Nessa perspectiva, o objetivo da pesquisa realizada foi observar textos produzidos por alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, sem os elementos de interação estabelecidos, e compará-los com textos produzidos ao final de um procedimento didático, momento em que os alunos já compreendiam suas produções como enunciados concretos a serviço de uma situação de interação. Como embasamento teórico recorremos a Bakhtin (2010[1979]), Volochínov (2013[1975]) e autores que dialogam com a concepção dialógica da linguagem. Comparamos versões de textos produzidos pelos alunos: a primeira: produção diagnóstica, antes do trabalho do texto como enunciado, e outra posterior, com os alunos conscientes de sua participação na corrente discursiva que circula socialmente. Os resultados demonstram uma preocupação maior com o uso da linguagem ao se perceberem inseridos numa situação real de comunicação.
This paper is based on Bakhtin's studies to analyze the emergence of the student as a subject that produces statements in the interaction with the other. For this, it is important to have clarity about his discursive project, to know the discursive genre he wants to produce and the sphere of human activity in which he intends to act. In this perspective, the objective of the research was to observe texts produced by students of the 7th year of elementary school, without the elements of interaction established, and compare them with texts produced at the end of a didactic procedure, at which time the students already understood their productions as concrete statements in the service of a situation of interaction. As a theoretical background we turn to Bakhtin (2010 [1979]), Volochínov (2013 [1975]) and authors who dialogue with the dialogical conception of language. We compare versions of texts produced by the students: the first: diagnostic production, before the work of the text as a statement, and a later one, with students aware of their participation in the discursive current that circulates socially. The results demonstrate a greater concern with the use of language when they perceive themselves inserted in a real situation of communication.