O artigo discorre sobre a visão da América Latina construída pelos italianos durante a época fascista, destacando-se a literatura de viagem na qual se encontram desde relatos pessoais até artigos publicados na imprensa especializada ou não. Visão esta permeada de pré-conceitos na descrição e na análise comparativa e tipológica das paisagens naturais e urbanas e dos habitantes destas terras além-oceano e onde não faltavam as ilações sobre a positividade da contribuição da cultura e do cidadão italiano na produção destas paisagens e dos aspectos sociais, culturais e políticos e econômicos do subcontinente americano. Enfatiza,
também, o crescente interesse político e econômico italiano na região, principalmente pós-1930, lido pelo filtro ideológico do fascismo e no qual ressalta-se a italianidade presente e difundida pelos imigrantes além-oceano e, mesmo, a necessidade da construção de um pan-latinismo – em contraposição ao panamericanismo – a ser liderado por Roma.