O presente artigo tem por objetivo demonstrar a importância dos direitos humanos frente aos regimes totalitários instaurados no século XX. O estudo será feito a partir das obras da filósofa e teórica política Hannah Arendt, assim como serão apresentados o pensamento de outros estudiosos de seu trabalho e dos Direitos Humanos. Esta autora é muitíssima abordada por pesquisadores e comentadores, sob diferentes enfoques e áreas do conhecimento. De modo transdisciplinar dedicou seus estudos à reflexão da condição humana diante do abandono de si mesmo, da solidão gerada nas sociedades massificadas e frente a alienação política em relação à existência no mundo. Para Arendt, o sistema emergente do Estado totalitário gera grupos de pessoas que perdem seus direitos individuais e coletivos. Essas pessoas encontram-se abandonadas no mundo, tornam-se supérfluas e descartáveis, como, por exemplo, aquelas detidas em campos de internação e nos de concentração praticados no período nazista, experiência inclusive vivida pela própria autora. Totalmente esquecidas pelo Estado, essas pessoas, submetidas à perda de direitos civis, como a perda da nacionalidade, do idioma, da identidade de si, são jogadas à condição de "apátridas". O projeto de extermínio do povo judaico, arquitetado por uma elite ressentida e ávida pelo lucro e pela ideologia da supremacia, foi um fato inédito na humanidade. A busca pelo direito a ter direitos torna-se algo a ser construído pelo pensamento e pela moral humana.