O propósito deste artigo é identificar elementos na moda contemporânea que nos permitam discutir seu papel como agenciadora de cultura, diga-se, como produtora de novas percepções e valores simbólicos. Desta forma, pretende-se explorar dimensões mais complexas entre a moda e as subjetividades. Busca-se questionar a moda a partir de seu campo imanente, de sua dinâmica como sistema produtor de significados, como campo de criação e reinvenção do mundo. Interessa-nos a dimensão anterior a toda redução da moda como mercadoria: a criação como acontecimento. O espaço onde camadas e espessuras da subjetividade podem ser tensionadas como fluxo intensivo do desejo em afirmação, e é exatamente aí que cotejamos a noção de Corpo sem Órgãos de Deleuze e Guattari. Para tal, delimitamos nosso objeto de estudo: as relações intersemióticas entre as obras de Van Gogh e as releituras no campo da moda por Viktor & Rolf.
The purpose of this article is to identify elements in contemporary fashion that allow us to discuss your role as an agent of culture, that is, as a producer of new perceptions and symbolic values. The article is thus meant to explore more complex dimensions between fashion and subjectivities. We seek to question fashion from its immanent field, from its dynamics as a system that produces meanings, as a field of creation and reinvention of the world. We are interested in the dimension prior to any reductionin fashion as a commodity: creation as an event. Such is the space where layers and thicknesses of subjectivity can be tensioned as an intensive flow of desire in affirmation, and this is exactly where we bring in the notion of "body without organs" by Deleuze and Guattari. To this end, we delimit our object of study, namely, the intersemiotic relationships between the works of Van Gogh and the reinterpretations in the field of fashion by Viktor & Rolf.
