“Isumavut” foi o nome de uma exposição itinerante de arte contemporânca Inuit que circulou por algumas capitais brasileiras, em 2007 e 2008, apresentando ao público uma centena de gravuras, esculturas, pinturas e desenhos pertencentes ao Museu da Civilização do Canadá. Os trabalhos expostos retratavam a vida quotidiana, os mitos, as paisagens e as tradições ancestrais dos Iuuit, do ponto de vista de nove mulheres nativas. Tomando esse caso concreto como ponto de partida, o presente artigo proporá dois cixos de reflexão gerais sobre as artes contemporâneas autóctones: 1) à ênfase no passado e na tradição, em detrimento da mudança e da situação atual das populações; 2) a presença do gêncro enquanto recorte relevante para seu estudo. Além da exposição “Isumavut”, são apresentados três outros casos descritos pela literatura antropológica, que permitem estabelecer interconexões entre arte, identidade e gênero: a cerâmica Kariri-Xocó (Brasil), a arte Mangbetn (África) e os grafismos Bamana (África).