Este artigo é uma tentativa preliminar de aplicar a Teoria da Ação Comunicativa, apresentada por Júrgen Habermas, para a compreensão de um fenômeno recente no cenário político brasileiro, qual seja, a multiplicação e a visibilidade adquiridas pelas Organizações Não-Governamentais. Neste trabalho, são discutidos alguns conceitos importantes dentro da teoria de Habermas e as apropriações críticas dessa teoria, feitas por Andrew Arato, Jean Cohen e Leonardo Avritzer, ao desenvolverem o conceito de sociedade civil e ao estudarem os processos de democratização na América Latina e na Europa do Leste. Com base nestes autores, são apresentadas, ao final do texto, algumas hipóteses sobre o tipo de atuação e a importância dessas organizações nos dias de hoje.