Esteensaio versa sobre asPaisagens artificiais do turismo. A definição de "paisagem" é abordada com base em Olivier Doullfus, que classifica paisagens em naturais, modificadas e organizadas, e Milton Santos, que descreve as paisagens como arranjos sociais e culturais em constante mudança. O turismo, ao consumir e transformar o espaço, cria paisagens artificiais para atender às expectativas dos turistas, frequentemente idealizando elementos que atraem o imaginário popular. Exemplos incluem centros de lazer na Europa e parques temáticos na América do Norte, como o Walt Disney World, que reproduzem cenários de forma hiper-realista.No Brasil, casos como o complexo Hanga Roa em Bertioga e a recriação de culturas em Coroa Vermelha e Costa do Sauípe ilustram essa tendência. O texto reflete sobre como o turismo pode criar espaços que carecem de autenticidade e história, promovendo uma "pasteurização" cultural e a espetacularização da natureza. É sugerida uma crítica ao modelo de turismo e à sociedade que ele constrói, destacando a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre essas transformações.
This essay discusses the artificial landscapes of tourism. The definition of "landscape" is explored based on Olivier Doullfus, who classifies landscapes into natural, modified, and organized categories, and Milton Santos, who describes landscapes as social and cultural arrangements in constant change. Tourism, by consuming and transforming space, creates artificial landscapes to meet tourists' expectations, often idealizing elements that appeal to popular imagination. Examples include leisure centers in Europe and theme parks in North America, such as Walt Disney World, which reproduce settings in a hyper-realistic manner. In Brazil, cases like the Hanga Roa complex in Bertioga and the cultural recreations in Coroa Vermelhaand Costa do Sauípe illustrate this trend. The text reflects on how tourism can create spaces that lack authenticity and history, promoting a "cultural homogenization" and the spectacularization of nature. A critique of the tourism model and the society it constructs is suggested, emphasizing the need for a deeper reflection on these transformations.