Pode a leitura de notÃcias provocar no leitor sensações estéticas,
ajudá-lo a organizar significados, nutri-lo de experiências transcendentais?
A investigação do jornalismo no âmbito da recepção e como narrativa cultural,
potente em sua dimensão simbólico-mÃtica e imaginária, sugere resposta
afirmativa. Leitores da revista Globo Rural, ao relatarem aspectos do pacto
de leitura com a publicação, revelam fundamentos que levam a pesquisa
a ultrapassar os limites da centralidade do jornalismo sustentada em fatos
e acontecimentos objetivos. E, em sendo uma publicação configurada em
sua maior parte por matérias de economia, técnicas e negócios agrÃcolas, as
impressões de leitura indicam também a necessidade de se revisitar demarcações
entre notÃcias factuais e não factuais, importantes e interessantes, de interesse
público e de interesse do público. O que se pode perceber junto a esses leitores
é que, mesmo a partir de empreendimento para a divulgação da realidade,
algumas publicações jornalÃsticas se tornam ficcionais.
Could the reading of news provoke aesthetic reactions in the
reader, help him establish meaning, and nurture transcendental experiences?
An investigation of journalism in its relation to the reader, and also in its role
as a cultural narrative, potent in its mythic, symbolic and imaginary attributes,
suggest that the answer is “yes.†Readers of the magazine Globo Rural, in
relating new attitudes toward the unwritten accord between the reader and the
publication, reveal elements which force the researcher to go beyond the notion
of journalism based on objective facts and events. Since it is a publication
mainly comprised of articles on agricultural economy, techniques and business,
the reader’s impressions also point to a need to explore the lines between factual
and non-factual news, between important and interesting, and between what
is of public interest and what is of interest to the public. Despite having the
express purpose of publishing reality, it is apparent that some journalistic
publications become fictional.
¿Puede la lectura de noticias provocar en el lector sensaciones
estéticas, ayudarlo a organizar significados, nutrirlo de experiencias
transcendentales? La investigación del periodismo en el ámbito de la recepción
y como narrativa cultural, potente en su dimensión simbólico-mÃtica e
imaginaria, sugiere respuesta afirmativa. Lectores de la revista Globo Rural, al relatar aspectos del pacto de lectura con la publicación, revelan fundamentos
que llevan la investigación a rebasar los lÃmites de la centralidad del periodismo
sostenida en hechos y acontecimientos objetivos. Y, siendo una publicación
configurada mayormente por materias de economÃa, técnicas y negocios
agrÃcolas, las impresiones de lectura indican también la necesidad de se revisitar
las demarcaciones entre noticias de hechos o no, importantes o interesantes, de
interés público o de interés del público. Lo que se puede percibir a partir de esos
lectores es que, aún a partir de una actividad para la divulgación de la realidad,
algunas publicaciones periodÃsticas se tornan ficcionales.