Este ensaio tensiona o conceito “origemâ€, sua manifestação através de enigmas e sua relação com as técnicas de reprodução. Contrariamente à crÃtica hegemônica dos objetos estéticos e culturais – crÃtica que, pautada na aparência e em noções de identidade, tradição, cânone, etc., desvaloriza as reproduções dos “originais†–, o intuito é liberar tais objetos dos dispositivos de hierarquização formal, isto é, liberá-los do que se impõe ideal e positivamente, para que em cada ocorrência a reprodutibilidade seja potencializada como produtora de singularidades, de aparições. O esforço é o de manter a indecidibilidade dos enigmas (corpos, textos, imagens) em que a origem se manifesta, para que a lógica do espetáculo seja revertida em abertura de sentido, instância em que a estética se torna um fazer diante da complexidade contemporânea. Com a reprodutibilidade, uma origem sobrevive em cada um que passa: continuamente restaurada, mas incompleta, ela é passagem, presente em vestÃgio, em ausência.