A concepção racionalista é insuficiente para dar conta da dinâmica estratégica, já que os gestores das empresas nem sempre baseiam suas decisões na racionalidade. Neste ensaio, pretende-se situar a discussão. sobre estratégia organizacional no campo social, assumindo-se que a estratégia é fruto da construção social da realidade porque a organização se ajusta (não se antecipa), de um lado, a fatores macro e micro ambientais, e, de outro, aos anseios dos seus dirigentes. Rompe-se a partir da teoria do espaço social de Pierre Bourdieu a visão de que o real é dado, ao se assumir que a construção estratégica é uma espécie de caleidoscópio, em que o indivÃduo tem um papel ativo na compreensão da realidade, nela interferindo diretamente. Conclui-se que a forma como cada gestor analisa o ambiente depende do lugar que ocupa no espaço social, o que vai determinar que fatores considerar, avaliar e hierarquizar em uma análise ambiental e como define e implanta a estratégia. Pretende-se com esta proposta contribuir para o entendimento da estratégia como sendo socialmente construÃda a partir da junção de variáveis racionais e também simbólicas e culturais, ampliando a visão que se tem do processo estratégico e de seus desdobramentos na organização.