A ciência das plantas daninhas é uma ciência “jovem†e pouco conhecida, mas de grande
importância uma vez que está associada à maioria das culturas, e, consequentemente, Ã
produção mundial de alimentos. Esta ciência requer pesquisas que visem o aperfeiçoamento e
aprimoramento das diversas técnicas de controle, de maneira sustentável, minimizando os
impactos no meio ambiente. Nesse sentido, é preciso conhecer a composição da flora daninha
presente em determinada área, uma vez que existe uma enorme diversidade de plantas
infestantes, que se diferem morfológica e fisiologicamente. Objetivou-se com esse trabalho
identificar e quantificar as principais espécies de plantas daninhas presentes em lavoura recém
transplantada de café arábica (Coffea arabica L.) na região do alto ParanaÃba-MG. O
levantamento foi realizado na fazenda Olhos D’água, municÃpio de Rio ParanaÃba, sendo
utilizado para isso um quadrado com área interna de 0,25 m² (0,50 x 0,50 m) lançada
aleatoriamente na lavoura, em 16 pontos de amostragem por época de avaliação. O
transplantio foi realizado em dezembro de 2008. As amostragens foram feitas em três épocas
diferentes: 19/03/09 - 3° mês após o transplantio (Época 1), 20/05/09 - 5° mês após o
transplantio (Época 2) e 19/04/10 16° mês após o transplantio (Época 3). Em cada época, as
plantas daninhas presentes no espaço delimitado pelo quadrado foram coletadas, separadas
por espécie, identificadas, quantificadas e secas em estufa para determinação da matéria seca.
Com os dados obtidos foram calculados matéria seca ( em relação ao total amostrado) e as
seguintes variáveis: frequência; densidade; abundância; frequência relativa, densidade relativa
e abundância relativa; sendo que o somatório dessas três últimas variáveis resultaram no Indice
de Valor de Importância de uma dada espécie. As principais espécies encontradas, seus Ãndices
de valor de importância (com IVI superior a 40%), e suas matérias secas, foram respectivamente
em ordem crescente de (IVI): Época 1: Brachiaria decumbens (55,17%; 49,69%);
Acanthospermum hispidinum (41,79%; 2,10%); Época 2: Richardia brasiliensis (57,63% 4,94%);
Sida rhombifolia (57,62%; 0,88%); Ageratum conyzoides (53,49%; 2,26%); Sida glaziovii (43,53%;
1,33%); Época 3: Brachiaria decumbens (54,57%; 36,70%); Sida rhombifolia (57,62%; 12,73%);
Spermacoce latifolia (42,58%; 17,63%). Através dos dados foi possÃvel constatar alta dinâmica
da população de plantas infestantes na área, que sofreu alterações em sua composição
(variação do Ãndice de Valor de Importância, durante as épocas de avaliação). Isso mostra a
interação de determinadas espécies com fatores que podem variar com o tempo como, por
exemplo: disponibilidade hÃdrica e de nutrientes, luminosidade,e temperatura, que contribuem
para aumentar ou diminuir o potencial competitivo de determinadas espécies ao longo do ciclo
da cultura.