Problematiza o pensamento
psiquiátrico brasileiro sobre a histeria
nas primeiras décadas do século XX,
momento de expansão de uma
medicina social que se constituiu no
bojo de uma biopolÃtica de gestão
populacional. Para isso, esse
pensamento é inserido no debate sobre
a histeria nos grandes centros europeus
no século XIX e que foi referência para
a nascente psiquiatria brasileira dentro
de um projeto reformador e
preventivista que caracterizou a
medicina brasileira da época. São
abordados o trabalho do neurologista
brasileiro Antônio Austregésilo (1876-
1960), sua inserção nesse projeto e seu
lugar no processo de desmembramento
da histeria como categoria diagnóstica,
no campo da psiquiatria, o que se deu
ao longo da República Velha.
The article problematizes Brazilian
psychiatric thought on hysteria in the early
decades of the twentieth century, a time
when a biopolicy of population
management was lending impetus to the
growth of social medicine. This notion is
situated within the context of the
nineteenth-century debate on hysteria that
took place in major European centers and
served as the main reference for Brazil’s
fledgling field of psychiatry. The debate
found expression in Brazilian psychiatric
discourse as part of the era’s project for
medical reform and prevention in Brazil.
The work of Brazilian neurologist Antônio
Austregésilo (1876-1960) within this
project is also addressed, since he played a
fundamental role in dismantling hysteria
as a diagnostic category in psychiatry, a
process that continued through the entire
Old Republic.