Neste artigo, analisam-se o romance Bravura Indômita, escrito por Charles Portis e publicado em 1968, e suas duas versões para o cinema, realizadas em 1969 e em 2010. Parte-se dos conceitos de fábula e trama – também conhecidos como fábula e enredo, narração e mostração, estória e discurso – que indicam que várias narrativas podem ser criadas a partir de uma única. Usam-se os estudos desenvolvidos por Seymour Chatman, Umberto Eco, Hélio Guimarães, Linda Hutcheon, Linda Seger, Ismail Xavier, André Gaudreault e François Jost para entender como estes conceitos funcionam na relação entre literatura e cinema. Para reflexão sobre os dois filmes, recorrem-se as resenhas publicadas por Isabela Boscov, Yuri Celico, Thiago M. Correia, Marcelo Hessel, André Sollito e Rubens Ewald Filho. Percebe-se que a adaptação é um processo de reconstrução textual em que o indivÃduo insere suas experiências pessoais e sociais. Logo, as duas versões fÃlmicas de Bravura Indômita se configuram como interpretações de diferentes leitores – neste caso, os cineastas Henry Hathaway e Joel e Ethan Coen.