A medicalização do crime: a Penitenciária de Florianópolis como espaço de saber e poder (1933-1945)

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ISSN: 1807-5726
Editor Chefe: Antonio P. P. Cyrino
Início Publicação: 31/07/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

A medicalização do crime: a Penitenciária de Florianópolis como espaço de saber e poder (1933-1945)

Ano: 2007 | Volume: 11 | Número: 23
Autores: F. Rebelo; S. Caponi
Autor Correspondente: F. Rebelo | fernandarebelo@hotmail.com

Palavras-chave: Higiene. Eugenia. Sistema penitenciário. Saúde pública. Medicalização.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho discute a instalação do modelo penitenciário em Florianópolis, nos anos 30 do século passado, sob a ótica do pensamento médico-higienista e suas interfaces com o jurídico. A partir da década de 1920, em Florianópolis, observa-se a criação de diversos tipos de instituições de controle. Era necessário um moderno aparato policial para controlar a população; havia o medo do contágio de doenças e o perigo das epidemias que vinham junto com as aglomerações nos cortiços e sobrados. O centro da cidade deveria se tornar mais salubre para a burguesia poder habitá-lo, mas antes, as pessoas "indesejadas", como mendigos e prostitutas, deveriam ser colocadas nos seus "devidos lugares". O objetivo deste artigo é analisar de que modo esses "medos" que afetaram todos os centros urbanos a partir do século XIX apareceram também em Florianópolis, e que estratégias foram criadas para o seu controle, particularmente as construídas nas instituições prisionais.



Resumo Inglês:

This paper discusses the implementation of the penitentiary model in the city of Florianópolis in the 1930s from the standpoint of hygienist medicine and its interface with legal thinking. From the 1920s onward, several types of control institutions were created in Florianópolis. It was necessary to devise a modern police apparatus to control the population, given the fear of catching diseases and the epidemic hazard posed by the dense population of the slums and multiple-storey houses. The city center should be made healthier for the bourgeoisie, but first 'undesirables' such as beggars and prostitutes needed to be put 'where they belonged'. The objective of this article is to analyze how these "fears" that affected all urban centers as from the 19th century also appeared in Florianópolis and what control strategies were created, particularly those devised within penitentiaries.



Resumo Espanhol:

Este trabajo discute la instalación del modelo penitenciario en la ciudad de Florianópolis, en los años 30 del siglo XX, bajo la óptica del pensamiento médico y sus interfaces con el jurídico. A partir de 1920, en Florianópolis, se observa la creación de diversos tipos de instituciones, era necesaria una moderna estructura policial para controlar la población. Aún existía miedo del contagio de enfermedades y del peligro de las epidemias que venían junto con las aglomeraciones en los conventillos. El centro de la ciudad debería ser más limpio para que la burguesía pudiera habitarlo, pero antes, las personas "indeseadas", como los mendigos y las prostitutas, deberían ser colocadas en sus "debidos lugares". El objetivo de este artículo es analizar de qué modo esos "miedos", que afectaron todos los centros urbanos a partir del siglo XIX, se manifestaron en Florianópolis y qué estrategias fueron creadas para su control, particularmente en las penitenciarias.