Pacientes submetidos a intervenção coronária
percutânea (ICP) em enxertos de veia safena caracteristicamente
exibem maior risco de eventos cardiovasculares adversos
maiores (ECAM). Foram avaliados a incidência e os
preditores de ECAM no cenário atual, em que dispositivos
de proteção distal e de aspiração de trombos e o uso de
stents farmacológicos fazem parte da prática diária. Métodos:
Neste estudo foram avaliados 69 casos consecutivos
de pacientes com enxertos de veia safena, tratados com
stents, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008. Foram
avaliadas as caracterÃsticas clÃnicas, angiográficas e relacionadas
ao procedimento, bem como a incidência e preditores
de ECAM na evolução tardia. Resultados: A média de
idade dos pacientes foi de 72 + 10,2 anos, 79,7% eram do
sexo masculino, 31,9% eram diabéticos, e 56,5% foram
tratados na vigência de sÃndrome coronária aguda. Foram
abordados 71 enxertos de veia safena, com lesões predominantemente
localizadas no corpo (35,3%), tratadas mais
frequentemente com stents farmacológicos (82,8%). Dispositivos
de proteção distal foram utilizados em 31,9% e
de aspiração de trombo em 1,4% dos pacientes, e em 30,4%
foram utilizados inibidores da glicoproteÃna IIb/IIIa. No-reflow
ocorreu em 8,7% e o sucesso do procedimento foi constatado
em 89,9% dos casos. Na evolução tardia, ECAM, óbito,
infarto agudo do miocárdio e revascularização do vasoalvo
ocorreram em 15,9%, 7,2%, 4,3% e 14,5%, respectivamente,
e trombose de stent foi observada em 2,9% dos
pacientes. Na regressão de Cox apenas o uso de stents nãofarmacológicos
foi associado a ECAM [hazard ratio (HR) 4,1,
intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,2-13,3; P = 0,02].
Conclusões: Pacientes com lesões em enxertos de veia
safena, tratados percutaneamente, exibiram elevada taxa
de eventos adversos a médio prazo e o uso de stents nãofarmacológicos
esteve associado a pior evolução.
Patients undergoing percutaneous coronary interventions
(PCI) in saphenous vein grafts tipically have a
higher risk of major adverse cardiac events (MACE). MACE
incidence and predictors were evaluated in the current
scenario, where distal protection and thrombus aspiration
devices and the use of drug-eluting stents are part of the
daily practice. Methods: Sixty-nine consecutive patients undergoing
coronary stenting in saphenous vein grafts from
January 2005 to December 2008 were evaluated. Clinical,
angiographic and procedure-related variables were evaluated
as well as the incidence and predictors of MACE in the late
follow-up. Results: Mean age was 72 + 10.2 years, 79.7%
were male, 31.9% were diabetic, and 56.5% presented with
acute coronary syndromes. Seventy-one saphenous vein grafts
were treated, with lesions located mainly in the body of the
graft (35.3%) and more frequently treated with drug-eluting
stents (82.8%). Distal protection devices were used in 31.9%
and thrombus aspiration in 1.4% of the patients, and 30.4%
received glycoprotein IIb/IIIa inhibitors. No-reflow was observed
in 8.7% and procedure success was observed in 89.9%
of the cases. In the late follow-up, MACE, death, acute
myocardial infarction and target vessel revascularization
were observed in 15.9%, 7.2%, 4.3%, and 14.5%, respectively
and stent thrombosis was observed in 2.9% of the patients.
In the Cox regression analysis only the use of bare metal stents
was associated with MACE [hazard ratio (HR) 4.1, 95% confidence
interval (95% CI) 1.2-13.3; P = 0.02]. Conclusions:
Patients with lesions in saphenous vein grafts treated by
percutaneous interventions had a high rate of mid-term adverse
events and the use of bare metal stents was associated to a
worse clinical outcome.