A violência entre parceiros Ãntimos é um problema de saúde pública, mas, em geral, a integração da
atenção a esta complexa problemática social é insatisfatória na formação e na atenção em saúde. Essa
situação é examinada neste artigo, com base em evidências e questões levantadas na literatura. Nas
experiências internacionais, constatou-se que a busca ativa dos casos nos serviços é priorizada, porém
encontra dificuldades na institucionalização das rotinas e sistematização da capacitação desde a educação
inicial. No contexto brasileiro, o pouco conhecimento sobre o assunto entre estudantes e profissionais
de saúde foi sinalizado, sendo que a incorporação da normatização da assistência à violência sexual
dá visibilidade ao despreparo das equipes. As conclusões ratificam limites da formação em saúde
baseada no modelo biomédico e do processo de trabalho centrado na figura do médico. Recomenda-se a
“problematização†da VPI via processos de ensino-aprendizagem que valorizem saberes e experiências
dos educandos e garantam espaços coletivos de discussão, com apoio da incorporação dos referenciais
das Ciências Humanas e Sociais nos currÃculos médicos e de mudanças na educação médica orientadas
pela integralidade e intersetorialidade das ações.
Although intimate partner violence is a public health problem, attention to this complex social issue
is not usually adequately integrated into medical training and health care. This article examines the
question based on evidence and issues raised in existing literature. International experiences reveal
that active screening of cases of violence in health services has been prioritized, but difficulties occur
in both the institutionalization of routines and systematization in academic training. In Brazil, the
lack of knowledge on this subject among students and professionals has been noted, while incorporating
standards for sexual violence care has exposed the unpreparedness of the health teams. The
findings confirm the limits of biomedical model-based training and doctor-centred work processes.
Recommendations include the ‘critical questioning’ of the IPV problem in teaching-learning processes
that incorporate views and experiences of students, ensuring collective discussion spaces supported
by the integration of references from Human and Social Sciences in medical curricula and a shift in
focus toward comprehensive care and inter-sectorial actions.