O cenário macroeconômico no Brasil tem apontado para melhorias no mercado de trabalho e indicadores de
emprego e renda, contexto que deveria favorecer a ação sindical. O que se observa, entretanto, é a manutenção
de parâmetros tradicionais nas relações de trabalho. Este artigo objetiva analisar, sob a distinta ótica dos
sindicatos, em que medida a implantação dos sistemas de gestão de competências tem sido objeto de ação
sindical, tendo em vista sua adoção por boa parte das grandes organizações, e o fato de esta ser considerada uma
ferramenta moderna de gestão empresarial e de pessoas. A abordagem metodológica privilegiou o enfoque
qualitativo, utilizando pesquisa documental e de campo. As etapas de pesquisa constaram de: (a) levantamento
bibliográfico; (b) consulta a bases de dados relacionais; (c) realização de painel de especialistas; e (d) grupo de
foco. Os resultados apontam que a gestão de competências é um termo ausente nas negociações coletivas e
desconhecido pelos sindicatos, reduzindo-se a ações de identificação e combate ao assédio moral e a metas
abusivas, pauta central de reivindicações. Na mesma medida, o Estado não assume seu papel como agente
indutor da melhoria das competências, e as organizações mantêm sua ação imperativa sobre os trabalhadores.
The Brazilian macroeconomic environment has pointed to improvements in labor market, employment and
income indicators, a context which should help union activity. However, traditional standards in labor relations
have been maintained, especially in terms of pressures on workers to improve eligibility requirements and be
accountable for results, without unions pressuring the government and organizations back. This article aims to
analyze, under the distinct perspective of unions (collective representation of workers), to what extent the
implementation of competence-based management systems has become a union issue, since they are considered
a modern business management tool and have been adopted by many of the largest organizations. Methodology
was based on a qualitative approach, using documentary and field research. Investigation steps consisted of: (a)
literature review; (b) analysis of relational database; (c) expert panel; and (d) focus group. The results indicate
that competence-based management is an unknown term in collective bargaining by unions, reducing their
ability to identify and counter demanding and abusive goals, which is their main purpose. As such, the
government doesn't assume its role of promoting skill development and organizations maintain their control over
workers.