Desde agosto de 2007, o capitalismo global vive uma crise estrutural de grandes proporções, cuja causa imediata foi o estouro da bolha de tÃtulos imobiliários nos EUA. O estouro da bolha se alastrou rapidamente para o sistema financeiro e para a economia em escala mundial. O epicentro irradiador da crise é o próprio coração do sistema e não mais a periferia, como nos anos 1990. A forte queda do movimento especulativo com ações na Nasdaq, em 2000, foi o primeiro prenúncio de que a crise sistêmica tinha alcançado o núcleo do capitalismo. Embora o contexto histórico seja bem diverso, o desenrolar da crise atual guarda certas semelhanças com a de 1929, que foi, pouco a pouco, se agravando e atingiu o auge em 1932 e 1933. Contudo, a atual crise de sobreacumulação de capital não repete as que a antecederam. Cada uma tem suas próprias e múltiplas determinações. Porém, como no passado, o capitalismo, tudo indica, reagirá à crise se reestruturando.