Este artigo analisa o fantástico na obra de J. J. Veiga, um dos pioneiros da literatura fantástica no Brasil. É unânime a opinião dos crÃticos em considerar a fantasticidade como o elemento definidor das narrativas do escritor. Ao compará-lo com Franz Kafka, tentamos decifrar a chave para o insólito de sua ficção. A impressão de estranheza, a atmosfera de irrealidade impressa em seus textos advém das “experiências dos limitesâ€, termo usado por Todorov em sua Introduction à la literature fantastique (1970). Assim como Kafka, Veiga sugere a realidade a partir do estranho, do extraordinário, do irreal, empregando uma visão transfiguradora, organizada em torno de situações marcadas pela decadência e pelo insólito. À semelhança do escritor tcheco, o estilo de Veiga corresponde à sua visão de mundo, descrevendo a irracionalidade de nosso tempo. É justamente pelo absurdo contido em sua ficção que o autor expressa o absurdo presente na realidade visÃvel.
This article is an attempt to analyze the fantastic element in the work of J. J. Veiga, author considered one of the pioneers of fantastic literature in Brazil. It is unanimous the opinion of the critics in considering the fantastic element as the defining characteristic in his stories. By comparing him to Franz Kafka, we try to reveal the key to the estrangement of his fiction. The impression of strangeness, the atmosphere of unreality in their texts comes from the “experience of limits,†a term used by Todorov in his Introduction à la literature fantastique (1970). Like Kafka, Veiga suggests the historical and social reality from the strange, the extraordinary, the unreal, making use of a transfiguring vision, organized around situations marked by decay and unreality. As well as the Czech writer, Veiga’s style corresponds to his vision of reality, describing the irrationality of our time. It is just by the nonsense contained in his fiction that the author expresses the absurdity in the visible reality