Este artigo apresenta uma pesquisa que teve por objetivo compreender a participação de
mulheres nas polÃticas públicas de saúde, a partir da história oral de conselheiras de saúde de
Belo Horizonte. O foco da pesquisa foi a experiência de participação social de mulheres frente
aos processos decisórios no âmbito da saúde. Como estratégias metodológicas, além da
revisão de literatura sobre a participação de mulheres em lutas por saúde, foram realizadas
entrevistas, com base nas contribuições da história oral. Oito conselheiras municipais de
saúde foram envolvidas no estudo. As entrevistas com as conselheiras foram realizadas em
dois momentos especÃficos. No primeiro, trabalhou-se com entrevistas não estruturadas,
privilegiando-se um formato mais livre de narração de histórias pessoais. No segundo
momento, foi realizada uma nova entrevista com cada conselheira, produzindo-se um efeito
de devolução parcial dos dados para as entrevistadas. A participação social, como narrada
pelas mulheres entrevistadas, se engendra em suas trajetórias de vida, revelando processos de
singularização da experiência de participação, mas simultaneamente, permitindo compreender
seus posicionamentos diante do SUS e do CMS-BH. Os dados expõem as ambiguidades e
potencialidades do conselho como espaço de mobilização pela saúde, mas também como
modo de subjetivação e de construção de cidadania.
This paper presents a research that aimed to understand women's participation in public health
policy, trough oral history interviews with health of Belo Horizonte. The focus of the research
was women’s experience of social participation facing the decision-making processes in
health. As methodological strategies, besides reviewing the literature on women’s
participation in struggles for health, interviews were conducted, based on the contributions of
oral history. Eight health counselors were involved in the study. The interviews with the
counselors were held in two specific moments. At first, we worked with unstructured
interviews, favoring an open mode of storytelling. In the second moment, a new interview
with each counselor was performed, producing an effect of partial return of data to the
interviewees. Social participation, as narrated by the women interviewed is engendered in
their life histories, revealing the singular processes of the experience of participation, but at the same time, allowing us to understand their positions on the National Health System and
the municipal health council. The data expose the ambiguities and potentialities of the council
as a space for mobilization for health, but also as a mode of subjectivity and citizenship
building.