O presente artigo analisa a importância e os usos que Aby Warburg faz do meio fotográfico durante sua viagem para o sudoeste americano. Partindo de uma análise da importância da fotografia para a construção do próprio campo da História da Arte, procuraremos demostrar que ela funcionou como um instrumento fundamental também para Warburg ao longo de toda sua carreira, mas especialmente em seu processo de imersão na cultura dos Ãndios Hopi durante sua estada na América. Ao longo do texto, mostraremos como no encontro com a realidade dessas populações americanas, Warburg usou a fotografia como elemento de mediação e distanciamento com relação a seu objeto de pesquisa. Por último, levantaremos algumas questões polÃticas implicadas neste encontro, produzido essencialmente através das lentes de sua máquina fotográfica. Em sintonia com a crÃtica de David Freedberg ao autor, nos perguntamos sobre a capacidade de Warburg de debruçar-se verdadeiramente sobre a cultura Hopi, indagando se, em última instância, na distante América, ele não teria simplesmente produzido um encontro consigo mesmo.