Entre a memória e o silêncio, o testemunho tardio de um deportado homossexual

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
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Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Entre a memória e o silêncio, o testemunho tardio de um deportado homossexual

Ano: 2014 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Marcelo Spitzner
Autor Correspondente: Anuário De Literatura | anuariodeliteratura.cce@gmail.com

Palavras-chave: memória, testemunho, história, deportação, homossexualidade

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Resumo Português:

Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da biografia de Rudolf Brazda, escrita por Jean-Luc Schwab. Essa biografia narra a vida e, especialmente a deportação de Rudolf Bradzda para o campo de concentração de Buchenwald, devido a sua homossexualidade. Brazda foi o último triângulo rosa, título dado aos homossexuais deportados para campos de concentração nazista, e um dos poucos que conseguiu deixar seu testemunho registrado, ainda que através da escrita de outro. Dessa forma, busco nas reflexões teóricas sobre história, memória e modernidade, um caminho para apontar que narrativas como a de Brazda são postergadas ou dificilmente entram na memória coletiva e, por isso, narrá-las se configura como lutas contra o esquecimento, o silenciamento e pela reconstituição dos limites da narrativa histórica. Através desse texto, busco propor que a história é feita de rugas e não de linhas, que a temporalidade precisa ser constantemente revista e que a imagem objetiva de experiência coletiva que sustentava a modernidade deve estar abalada e que é preciso fazer outras genealogias da experiência humana.