Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da biografia de Rudolf Brazda, escrita por Jean-Luc Schwab. Essa biografia narra a vida e, especialmente a deportação de Rudolf Bradzda para o campo de concentração de Buchenwald, devido a sua homossexualidade. Brazda foi o último triângulo rosa, tÃtulo dado aos homossexuais deportados para campos de concentração nazista, e um dos poucos que conseguiu deixar seu testemunho registrado, ainda que através da escrita de outro. Dessa forma, busco nas reflexões teóricas sobre história, memória e modernidade, um caminho para apontar que narrativas como a de Brazda são postergadas ou dificilmente entram na memória coletiva e, por isso, narrá-las se configura como lutas contra o esquecimento, o silenciamento e pela reconstituição dos limites da narrativa histórica. Através desse texto, busco propor que a história é feita de rugas e não de linhas, que a temporalidade precisa ser constantemente revista e que a imagem objetiva de experiência coletiva que sustentava a modernidade deve estar abalada e que é preciso fazer outras genealogias da experiência humana.