A legitimação da intolerância nas declarações do pastor Silas Malafaia

Barbarói

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ISSN: 1982-2022
Editor Chefe: Marco Andre Cadoná
Início Publicação: 30/06/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Multidisciplinar

A legitimação da intolerância nas declarações do pastor Silas Malafaia

Ano: 2015 | Volume: 2 | Número: 45
Autores: C. Gabatz
Autor Correspondente: C. Gabatz | gabatz@uol.com.br

Palavras-chave: neopentecostalismo, intolerância, Silas Malafaia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A lógica que configura a composição do quadro doutrinário neopentecostal supõe uma nova cartografia discursiva marcada pela fragmentação das subjetividades. Enseja uma compreensão capaz de abarcar uma religiosidade que concebe o mundo em tensão permanente entre os espíritos ou demônios causadores do mal e da desordem e os deuses associados ao bem e a ordem. A religiosidade neopentecostal se articula e amolda, em grande medida, com base em um discurso acusatório que deriva dessa sua capacidade de tocar, atingir, incorporar e reorientar alguns elementos presentes no universo simbólico de referência da população brasileira. A intolerância religiosa se delineia através da batalha espiritual já não mais circunscrita à esfera espiritual, mas, cotidianamente, exacerbada pelos discursos beligerantes, sobretudo em relação ao homossexualismo e ao aborto, como os protagonizados pelo pastor Silas Malafaia. O artigo pretende aprofundar a perspectiva dos direitos humanos, as questões inerentes às minorias e grupos vulneráveis, o preconceito suscitado pela violência simbólica e a retórica do preconceito alicerçado pela crítica pública com nuances fundamentalistas.



Resumo Inglês:

The logic that sets the composition of the neopentecostal doctrinal framework assumes a new discursive mapping marked by the fragmentation of subjectivity. It gives rise to a kind of understanding capable of embracing some sort of religiosity that sees the world in permanent tension between the spirits or demons that cause evil and disorder and the gods associated with the good and the order. The neopentecostal religion is organized and shaped, to a larger extent, upon an accusatory speech that derives from its capacity to touch, reach, incorporate and redirect some elements found in the symbolic universe of reference of the Brazilian population. Religious intolerance takes shape through a spiritual warfare no longer limited to the spiritual realm: it is witnessed on a daily basis and worsened by belligerent speeches, especially those regarding homosexuality and abortion such as the ones delivered by Pastor Silas Malafaia. This paper intends to deepen the perspective of human rights, the issues inherent to minorities and vulnerable groups, the prejudice raised by symbolic violence and the rhetoric of prejudice supported by public criticism with fundamentalist nuances.



Resumo Espanhol:

La lógica que configura a composición del marco doctrinario neopentecostal presupone una nueva cartografía discursiva marcada por la fragmentación de las subjetividades. Implica uma comprensión capaz de abarcar una religiosidad que concibe el mundo en tensión permanente entre los espíritus o demonios causantes del mal y de la desorden y los dioses asociados al bien y la orden. La religiosidad neopentecostal se articula y se amolda, en gran medida, con base en un discurso acusatorio que se deriva de esa su capacidad de tocar, alcanzar, incorporar y adaptar algunos elementos presentes en el universo simbólico de referencia para la población brasileña. La intolerancia religiosa se delinea a través de la batalla espiritual ya no más circunscrita a la esfera espiritual, pero, de ordinario, agravada por los discursos beligerantes, sobretodo en relación a la homosexualidad y al aborto, como los protagonizados por el pastor Silas Malafaia. El artículo pretende profundizar en la perspectiva de los derechos humanos, las cuestiones inherentes a las minorías y grupos vulnerables, el prejuicio suscitado por la violencia simbólica y la retórica del prejuicio basado en la crítica pública con matices fundamentalistas.