O texto – e a pesquisa que o originou – partem de questões aparentemente simples: onde estão os filhos da Educação do Campo? Para onde vão nossos esforços pedagógicos, políticos e sociais quando nos dedicamos a uma educação do campo, no campo? Partindo da questão desafiadora, o texto recompõe informações sobre egressos da Escola Estadual de Ensino Fundamental 29 de Outubro, Assentamento 16 de Março, no município de Pontão, norte do Rio Grande do Sul, no recorte temporal de 1992 a 2014, totalizando 413 sujeitos pesquisados. O texto localiza a escola referida, enfatizando seus quatro períodos históricos e apresentando dados acerca dos egressos, obtidos mediante o procedimento de Grupos Focais, partindo de duas categorias-chave: escolaridade e profissão. Os dados apontam para perspectivas animadoras: com raras exceções, a sucessão familiar nas propriedades rurais está ocorrendo. Os jovens agricultores, na sua ampla maioria com ensino médio, estão sustentando a agricultura familiar, com ações em produção agropecuária e diversificação de culturas, garantindo a segunda geração de agricultores no campo. Conclui que o êxito profissional e formativo dos filhos da Educação do Campo também representa o êxito do projeto e a pertinência de sua existência como contraponto e alternativa ao modelo de escolarização dominante.