A escrevivência de professoras negras: Educação Infantil e relações étnico-raciais

Série-Estudos

Endereço:
Avenida Tamandaré, n. 6000 - Bairro Jardim Seminário
Campo Grande / MS
79117-900
Site: https://www.serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos
Telefone: (67) 3312-3598
ISSN: 2318-1982
Editor Chefe: José Licínio Backes
Início Publicação: 12/06/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

A escrevivência de professoras negras: Educação Infantil e relações étnico-raciais

Ano: 2024 | Volume: 29 | Número: 67
Autores: A. K. S. Lisboa, M. T. G. Tavares, R. D. Sousa
Autor Correspondente: A. K. S. Lisboa | driellelisboa@gmail.com

Palavras-chave: educação infantil, práticas antirracistas, resistências

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo traz à tona, por meio da ferramenta metodológica da escrevivência(Machado; Soares, 2017), os relatos de experiência de duas professoras negras das classes populares que atuam em espaços públicos de Educação Infantil. São espaços situados em municípios distintos, tais como Niterói e Nilópolis, que, embora com cenários diferenciados, apresentam-nos desafios cotidianos, sobretudo no que diz respeito às práticas racistas na escola. A partir disso, o objetivo é ampliar as discussões sobre as microações afirmativas (Jesus, 2004) que emergem nesses espaços, diante da prática pedagógica de mulheres negras, professoras e pesquisadoras comprometidas com uma pedagogia engajada (hooks, 2017), como um movimento de ativismo político nos espaços escolares. Atuamos, respectivamente, como professora e orientadora pedagógica, tendo como similaridade formas de atuar críticas aos padrões racistas existentes na sociedade. Nosso trabalho consiste em gerar resistências nos espaços escolares e contornar o absenteísmo ainda presente nos fazeres docentes. Buscamos criar oportunidades no cotidiano escolar e implementar diferentes estratégias para nos contrapor às práticas racistas, em busca de uma educação que favoreça uma identidade positiva para as crianças negras, propondo outros modos de ser e estar no mundo para crianças negras e não negras. Como apontamentos finais, trazemos a necessidade de continuarmos o debate antirracista nas escolas referenciadas, ampliando as microações afirmativas nos seus cotidianos.



Resumo Inglês:

This article brings to light, through the methodological tool of the escrevivência(Machado; Soares, 2017), the experience of two black teachers from the working classes who work in public Early Childhood Education spaces. They are spaces located in different municipalities, in the city of Niterói and Nilópolis; however, they have presented us with daily challenges, especially with regard to racist practices at school. From this, we aim to expand discussions about affirmative micro-actions (Jesus, 2004) that emerge in these spaces, in the face of the pedagogical practice of black women, teachers and researchers committed to an engaged pedagogy (hooks, 2017), as a movement of political activism in school spaces. We act respectively as a teacher and pedagogical advisor, with the similarity being the forms of resistance to existing standards in society, producing resistance in school spaces and trying to overcome absenteeism from teaching duties, gaps in the school routine and different ways of opposing racism, in search for an education that addresses a positive identity for black children, proposing other ways of being in the world for black and non-black children. As final notes, we bring the need to continue the anti-racist debate in schools, expanding affirmative micro-actions at school.



Resumo Espanhol:

Este artículo saca a la luz, a través de la herramienta metodológica de la escrevivencia(Machado; Soares, 2017), la experiencia de dos docentes negras de clase trabajadora que trabajan en espacios públicos de Educación Infantil. Son espacios ubicados en diferentes municipios, en la ciudad de Niterói y Nilópolis, sin embargo nos han presentado desafíos diarios, especialmente en lo que respecta a prácticas racistas en la escuela. A partir de esto, pretendemos ampliar las discusiones sobre las microacciones afirmativas (Jesus, 2004) que emergen en estos espacios, frente a la práctica pedagógica de mujeres negras, docentes e investigadoras empeñadas con una pedagogía comprometida (hooks, 2017), como un movimiento de activismo político en los espacios escolares. Actuamos respectivamente como docente y asesora pedagógica, siendo la similitud las formas de resistencia a los estándares existentes en la sociedad, produciendo resistencias en los espacios escolares y tratando de superar el ausentismo en las tareas docentes, los vacíos en la rutina escolar y las diferentes formas de enfrentar el racismo, en busca de una educación que aborde una identidad positiva para los niños negros, proponiendo otras formas de estar en el mundo para los niños negros y no negros. Como notas finales, traemos la necesidad de continuar el debate antirracista en las escuelas, ampliando las microacciones afirmativas en la escuela.