Experiências educativas de pessoas negras surdas sob uma perspectiva afrocentrada: um caminho de possibilidades

Série-Estudos

Endereço:
Avenida Tamandaré, n. 6000 - Bairro Jardim Seminário
Campo Grande / MS
79117-900
Site: https://www.serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos
Telefone: (67) 3312-3598
ISSN: 2318-1982
Editor Chefe: José Licínio Backes
Início Publicação: 12/06/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Experiências educativas de pessoas negras surdas sob uma perspectiva afrocentrada: um caminho de possibilidades

Ano: 2024 | Volume: 29 | Número: 66
Autores: R. A. Barros, C. M. H. Pereira, M. C. Reis
Autor Correspondente: R. A. Barros | rafaela.alcantarabarros@ufpe.br

Palavras-chave: identidade negra surda, afrocentricidade, práticas educativas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo compreender a centralidade/marginalidade das experiências educativas narradas por estudantes do curso de Letras-Libras e como isso se relaciona com o processo de construção de identidade negra surda. Para tanto, tivemos como principal fundamentação a teoria da Afrocentricidade, sistematizada enquanto paradigma pelo pesquisador Molefi Kete Asante (1980, 2009), que nos proporcionou a esquematização analítica necessária para o embasamento do texto. Como caminho metodológico, utilizamos uma abordagem qualitativa que se relaciona com a metodologia de história oral sinalizada, compreendendo-a como principal produtora das narrativas de vida coletadas e analisadas. Foi possível identificar como resultado que as experiências que contextualizam as questões raciais ocupam, em grande parte, o local de marginalidade no processo educativo dos estudantes, o que acaba por não proporcionar uma continuidade. Por outro lado, as experiências que são narradas a partir do ser surdo conseguem aparecer com mais frequência e serem desenvolvidas pelos entrevistados. Notamos, com isso, que a construção da identidade negra surda se dá de maneira ainda desigual, em que a surdez ganha destaque e possibilita um desenvolvimento mais aprofundado e consciente.



Resumo Inglês:

The aim of this article is to understand the centrality/marginality of the educational experiences narrated by students on the Letras-Libras course and how this relates to the process of constructing a black deaf identity. To this end, our main foundation was the theory of Afrocentricity, systematized as a paradigm by the researcher Molefi Kete Asante (1980, 2009), which provided us with the analytical schematization necessary to support the text. As a methodological approach, we used a qualitative approach that relates to the methodology of oral history, understanding it as the main producer of the life narratives collected and analyzed. As a result, it was possible to identify that the experiences that contextualize racial issues are largely marginalized in the students’ educational process, which ends up not providing continuity. On the other hand, experiences that are narrated from the point of view of being deaf manage to appear more frequently and are developed by the interviewees. As a result, we can see that the construction of black deaf identity is still unequal, where deafness comes to the fore and enables a more in-depth and conscious development.



Resumo Espanhol:

El objetivo de este artículo es comprender la centralidad/marginalidad de las experiencias educativas narradas por los alumnos del curso Letras-Libras y cómo esto se relaciona con el proceso de construcción de una identidad negra sorda. Para ello, nuestro principal fundamento fue la teoría de la Afrocentricidad, sistematizada como paradigma por el investigador Molefi Kete Asante (1980, 2009), que nos proporcionó la esquematización analítica necesaria para fundamentar el texto. Como abordaje metodológico, utilizamos un abordaje cualitativo que se relaciona con la metodología de la historia oral, entendiéndola como la principal productora de las narrativas de vida recolectadas y analizadas. Como resultado, fue posible identificar que las experiencias que contextualizan las cuestiones raciales son en gran medida marginadas en el proceso educativo de los estudiantes, lo que termina por no dar continuidad. Por otro lado, las experiencias que se narran desde el punto de vista de ser sordo logran aparecer con mayor frecuencia y son desarrolladas por los entrevistados. Como resultado, podemos ver que la construcción de la identidad negra sorda sigue siendo desigual, donde la sordera es enfatizada y permite un desarrollo más profundo y consciente.