O artigo analisa os impactos da pandemia do novo coronavírus nas famílias e os desafios para a atenção em saúde nesse contexto. O referencial teórico-metodológico considera a intensificação das desigualdades sociais, raciais e de gênero na pandemia, com efeitos no enfrentamento do fenômeno socio-sanitário no Brasil. O estudo, de caráter bibliográfico, recupera o debate sobre política social, seus fundamentos na centralidade familiar como principal instância de proteção social, e desdobramentos para a assistência em saúde. Frente ao cenário da pandemia, destacamos as principais medidas estatais utilizadas no enfrentamento ao vírus no Brasil, que vivencia um panorama preocupante no contexto mundial em relação à COVID-19. O novo coronavírus e o aumento da sua letalidade impacta a população de formas distintas e atinge em cheio a classe trabalhadora. Além do desmonte das políticas sociais, com a chegada do novo coronavírus, o familismo é reforçado, especialmente às mulheres negras enquanto principais provedoras de cuidado.
This article analyzes the impacts of the novel coronavirus pandemic on families and the challenges for healthcare in this context. The theoretical and methodological framework considers the intensification of social, racial, and gender inequalities during the pandemic, with impacts on addressing the socio-health phenomenon in Brazil. This bibliographical study revisits the debate on social policy, its foundations in the centrality of the family as the primary source of social protection, and its implications for healthcare. Given the pandemic, we highlight the main government measures implemented to combat the virus in Brazil, which is experiencing a worrying global outlook regarding COVID-19. The novel coronavirus and its increased mortality rate impact the population in distinct ways and hit the working class hardest. In addition to the dismantling of social policies, the arrival of the novel coronavirus reinforces the familialism, especially among Black women as the primary providers of care.