A Região Norte de Belo Horizonte, nas últimas décadas, tem sido alvo de intervenções que lhe conferiram potencial de centralidade, como a construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais – CAMG, da Linha-Verde – ligando o centro da cidade ao aeroporto de Confins –, a expansão do trem metropolitano, entre outros, o que aumentou as possibilidades de articulação metropolitana naquela região. A isso segue-se a valorização do solo urbano, reforçando os interesses do grande capital imobiliário associado à produção dos condomínios fechados. Na busca por melhores localizações, o capital imobiliário – associado ao Estado – avança sobre os últimos fragmentos florestais, entrando em choque com os interesses da sociedade civil, que se organiza em função da preservação dessas áreas. Este artigo consiste numa reflexão sobre o processo de disputa entre o setor imobiliário, com o apoio do Estado, e a sociedade civil, pela destinação de um das últimas áreas verdes de Belo Horizonte, a Mata do Planalto.