Este artigo é resultado da pesquisa realizada no curso de Doutorado em Educação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cujo objetivo foi compreender a configuração e a organização dos cursos de nível médio em assentamentos da reforma agrária, em específico no território de Abelardo Luz-SC, tomando como campo empírico os cursos da Escola de Ensino Médio Paulo Freire (EEM) e no Campus Avançado do Instituto Federal Catarinense (IFC), vinculados à rede estadual de educação e à rede federal de ensino e situados no Assentamento José Maria, do referido município. Buscamos conhecer e identificar os limites e as possibilidades que os cursos nesses territórios apresentam para a formação dos jovens do campo (1996-2018). Utilizamos como metodologia a pesquisa qualitativa e quantitativa, a qual foi realizada por meio da pesquisa bibliográfica, documental e pela pesquisa de campo – entrevista, questionários e observação direta com registro em caderno de campo. Pela pesquisa, evidenciamos que a materialização da EEM - Paulo Freire e do IFC - campus avançado de Abelardo Luz foi efetivada por meio da luta e da organização das famílias assentadas e que, embora com características diferentes, tem os estudantes, sua história e as condições objetivas de vida dos jovens como centralidade. As instituições demonstraram abertura para pensar ações que permitem com que os jovens ingressem, permaneçam e concluam seus cursos, além de refletirem sobre suas condições de existência neste território e reconhecer as possibilidades de engajamento na luta por uma educação voltada à emancipação humana.
This article is the result of a PhD thesis in Education of the Federal University of Santa Catarina (UFSC) which aimed to understand the configuration and organization of high school courses in agrarian reform settlements, specifically in Abelardo Luz-SC, focusing on the courses at Paulo Freire High School (EEM) and the Federal Institute Advanced Campus of Santa Catarina (IFC), linked to the state education and the federal education networks in the José Maria settlement. We sought to know and identify the limits and possibilities that the courses in these territories present for the formation of rural youth, from 1996 to 2018. The methodological procedures used were bibliographic research, document analysis and field research – by means of interviews, questionnaires and observation recorded in a field notebook. Through the research, we highlight that the materialization of the EEM - Paulo Freire and the IFC - advanced campus of Abelardo Luz was carried out by means of the struggle and organization of the settled families and that, although with different characteristics, it is centred on the students, their history and the objective conditions of live of the youth. The institutions demonstrate an openness to think about actions that allow the youth to enter, remain and complete their courses, also to reflect on their conditions of existence in this territory and recognize the possibilities of engaging in the struggle for an education for human emancipation.
Este artículo es el resultado de una investigación de doctorado en educación en la Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC). El objetivo fue comprender la configuración y organización de los cursos de Secundaria en los asentamientos de reforma agraria, específicamente en el territorio de Abelardo Luz-SC, tomando como campo empírico los cursos del Bachillerato Paulo Freire (EEM) y del Campus Avanzado de la Instituto Federal de Santa Catarina (IFC). Buscamos conocer e identificar los límites y posibilidades que presentan los cursos en estos territorios para la formación de la juventud rural (1996-2018). Utilizamos como metodología la investigación cualitativa y cuantitativa, la cual se llevó a cabo a través de la investigación bibliográfica, documental y de campo – entrevistas, cuestionarios y observación registradas en cuaderno de campo. Constatamos que la materialización de la EEM - Paulo Freire y la IFC - campus avanzado de Abelardo Luz, se llevó a cabo a través de la lucha y organización de las familias asentadas y que si bien, con diferentes características, los estudiantes tienen su historia y condiciones objetivas de la vida de los jóvenes, como centralidad. Las instituciones mostraron una apertura a pensar en acciones que permitan a los jóvenes ingresar, permanecer y completar sus cursos, además de reflexionar sobre sus condiciones de existencia en este territorio y reconocer las posibilidades de emprender la lucha por una educación orientada a la emancipación humana.