Este artigo visa analisar uma prática pedagógica realizada junto a uma turma do Curso Técnico em Química, modalidade integrado do IFSUL, Campus Pelotas, no segundo semestre de 2016, em que se buscou identificar como a história do samba pode ser utilizada para abordar a educação das relações étnico-raciais nas aulas de História, do ensino médio técnico. Os dados que serviram de base para essa análise foram registrados por meio de um questionário com quatro questões fechadas e uma questão aberta que desafiaram aos alunos a refletir sobre o samba e sua origem. A primeira questão do referido instrumento teve como objetivo perceber se os alunos reconheciam quais gêneros musicais, entre eles o samba, eram de origem afro-brasileira. Para isso, os alunos escutaram diferentes músicas enquanto anotaram no questionário. A questão dois buscou perceber se os discentes conheciam quais instrumentos fazem parte tradicionalmente do samba, para isso foi disponibilizado a imagem dos seguintes instrumentos: cuíca, banjo, cavaquinho, piano, pandeiro, arpa, tamborim, reco-reco e agogô. Com a questão três pretendeu-se identificar se os alunos identificavam a Bahia como localidade de origem do samba, pois geralmente pensa-se que é o Rio de Janeiro, local onde ele se fortaleceu. A questão quatro visou investigar se os alunos já tiveram contato com alguns sambistas, para isso uma lista com vários artistas foi disponibilizada. A última questão foi elaborada para diagnosticar se os estudantes relacionavam a questão étnico-racial com o gênero musical, para isso contou com um depoimento do sambista João da Baiana e uma imagem da pintura “batuque” de Rugendas, a partir desse material os alunos deveriam apontar alguns motivos por que o samba foi perseguido na Primeira República (1889-1930). Os dados coletados junto aos alunos estão em fase de categorização, mas já é possível afirmar que a temática em questão possibilita retomar a história e a Cultura Afro-brasileira, conforme indicado pela lei 10.639/03, bem como visualizar de forma prática como a cultura Afro-brasileira dialoga e conectasse com o cotidiano atual dos discentes. Cumula-se a isso a possibilidade de refletir de forma crítica sobre a formação cultural da sociedade brasileira, estabelecer um canal lúdico e interativo com os estudantes e apontar novas possibilidades metodológicas para o trato da temática racial. Por fim, o samba, assim como diversas outras temáticas do nosso cotidiano podem se consolidar como um canal de reflexão sobre a cultura negra no Brasil.