Esse texto é parte de uma pesquisa sobre a alfabetização de jovens e adultos no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O Movimento tem como um de seus fundamentos a pedagogia de Paulo Freire e compreende a alfabetização para além da decodificação e do mero conhecimento do sistema alfabético, mas como processo de conscientização. Nesse sentido, se apropriar da escrita é se apropriar de um instrumento de luta necessário para a emancipação. Porém, em seu percurso, o MST foi estabelecendo parcerias que pudessem garantir a implementação de seus projetos de educação, e essas parcerias também trouxeram para dentro do Movimento outros referenciais teóricos. Recentemente, a adoção do método cubano Sim, Eu Posso! (SEP), cujo vínculo é com a perspectiva tradicional de alfabetização, trouxe um elemento de tensionamento e a necessidade de que se investigue em que medida os pressupostos freireanos continuam fundamentando as práticas alfabetizadoras do MST. Para essa investigação, se recorreu à pesquisa bibliográfica, à análise de materiais produzidos pelo MST e à pesquisa de campo.