A tabela periódica, obra literária do químico e escritor italiano Primo Levi, vem sendo objeto de estudos que articulam ciência e arte/literatura. Identificamos nesses e em outros trabalhos focados nessa relação duas lacunas importantes que trabalhamos neste artigo: não se apoiam em referenciais de interpretação estética; abordam essa relação destacando as suas similaridades ou diferenças. Este trabalho, de natureza teórico-conceitual, parte da análise da obra de Levi com o objetivo de compreender as relações entre ciência e arte por meio das categorias lukacsianas de reflexo, particular, antropomorfização e desantropomorfização. Assim, procuramos apresentar novas perspectivas nas associações entre ciência e arte, evitando reducionismos. Identificamos a relação do homem com o trabalho do químico como fio condutor dos capítulos da obra. Defendemos referenciais teóricos estéticos para melhor compreender a relação entre ciência e arte, além de apresentar algumas implicações para a Educação em Ciências a partir da discussão das lacunas.
The periodic table, a literary work by the Italian chemist and writer Primo Levi, has been the subject of studies that articulate science and art/literature. We identified in these studies and other works focused on that relationship two important gaps that are discussed in this article: they are not supported by references of aesthetic interpretation and they approach this relationship highlighting their similarities or differences. This theoretical-conceptual article starts from the analysis of Levi's work in order to understand the relationship between science and art through the lukacsian categories of reflection, particular, anthropomorphization and deanthropomorphization. We tried to present new perspectives on the associations between science and art, avoiding reductionisms. The relationship between humankind and the chemist's work was identified as a guiding thread of all chapters. We defend aesthetic theoretical references to better understand the relationship between science and art and we present some implications for Science Education from the discussion of those gaps.