O artigo tem como objetivo analisar a percepção de professores de uma escola situada na fronteira Brasil-Bolívia, sobre a diferença linguística dos alunos bolivianos e, sobretudo, se há indícios de que os professores se aproximam de alguma forma da interculturalidade. O campo de análise é a educação intercultural, segundo a qual as diferenças culturais não precisam ser vistas como obstáculos para a aprendizagem, mas como uma riqueza. Para a produção dos dados, os professores da escola foram entrevistados. Observou-se que a maioria dos professores entrevistados percebe a diferença linguística como algo que dificulta a aprendizagem dos alunos bolivianos e que, à medida que os alunos bolivianos aprendem a língua portuguesa, vão conseguindo acompanhar as aulas e os conteúdos.
This paper aims to analyze how teachers from a school situated at the Brazil-Bolivia border perceive the linguistic difference of Bolivian students and, mainly, whether there is evidence that teachers somehow approximate to interculturality. The field of analysis is intercultural education, according to which cultural differences do not have to be regarded as obstacles to learning, but rather as a strength. Data were produced from interviews of the school teachers. Most of the teachers regard the linguistic difference as something that hinders Bolivian students’ learning, and think that the students increasingly succeed in following the classes and contents as they become more proficient in Portuguese language.