O grande número de trabalhos que apresentam propostas didáticas aliada à queixa atemporal de docentes sobre a falta de preparo teórico para lidar com história e cultura afro-brasileira dentro das aulas de química constituem as principais motivações para essa pesquisa teórica. De base marxista, este trabalho objetivou produzir um princípio pedagógico anticolonial para orientar, no nível da didática, o processo de seleção de conteúdos, formas e procedimentos para o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas aulas de química. O percurso deste trabalho parte de uma análise teórica das contribuições da academia e do movimento negro para este tema a partir das categorias de forma, conteúdo e destinatário, até chegar ao princípio pedagógico anticolonial. Nele, fizemos a defesa de que a história e cultura africana e afro-brasileira é o objeto de um ensino anticolonial de química, desde que seja na sua forma clássica: considerando a base material e os interesses coletivos do proletariado negro. Além disso, o princípio oferece indicações metodológicas sobre como ensinar essa forma clássica da história e cultura africana e afro-brasileira nas aulas de química, numa tentativa de superar o lugar comum das propostas didáticas tão frequentes nesta área. Assim, em que pese o fato de questões empíricas carecerem de investigação, este princípio começa a encaminhar orientações a respeito da seleção de conteúdos, formas, indicativos de planejamentos e outros aspectos procedimentais do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas aulas de química.
