Neste artigo, elegemos reflexões sobre os conceitos de branquitude e racismo e sobre o racismo na ciência e na educação em ciências, por considerarmos estas temáticas de suma importância, dada a composição racial da população brasileira, a situação sociocultural desfavorável enfrentada pela população negra e por serem ainda pouco estudadas no âmbito da pesquisa em educação em ciências. A partir dessa constatação, elegemos como objetivo identificar e produzir articulações teóricas entre branquitude, racismo, educação e educação em ciências que possam contribuir para o combate ao racismo no âmbito acadêmico e na sociedade brasileira. Perguntamos: como os conceitos de branquitude e de racismo estão sendo apropriados pela educação e pela educação em ciências? O trabalho está organizado em três seções: as duas primeiras são caracterizadas como reflexões teóricas, nas quais os temas são discutidos a partir de diferentes perspectivas, da área de Educação; e a terceira seção consiste em uma revisão da literatura, realizada a partir de periódicos da área de pesquisa em educação em ciências, cobrindo o período total de publicação de cada periódico. Embora a discussão teórica sobre o conceito de branquitude possa ser considerada um avanço para a luta antirracista, ainda não foi apropriada por esta área, e a recente discussão sobre o racismo precisa ganhar maior protagonismo.