As relações entre médicos e sanadores populares
foram permeadas por disputas e cumplicidades durante a
primeira metade do século XX. O presente artigo analisa
cinco processos-crime de curandeirismo, nas décadas de
1940 e 1950, na Comarca de Guarapuava. O objetivo é
entender as diversas relações entre os agentes de cura e a
criminalização de uma prática difundida naquela sociedade.
A pesquisa analisa estratégias e táticas, saberes e poderes,
conflitos e alianças que permeiam esses processos, bem
como as diferentes concepções de saúde/doença e a
constituição da medicina cientÃfica como hegemônica.