Com este texto proponho uma reflexão sobre o impedimento de um ator negro interpretar o personagem principal da peça Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, por ocasião de sua estreia no Rio de Janeiro em 1948. Para tanto, analiso a prática comum dos espetáculos teatrais da época em pintar atores brancos de preto (blackface) para representar personagens negros e o tabu da relação erótico-amorosa entre um homem negro e uma mulher branca tratada de forma magistral pelo autor.