Lembro da minha primeira vivência com o racismo infantil, sim, o racismo entre crianças existe e impacta profundamente o ambiente escolar. Como professora iniciante, senti-me impactada ao ouvir uma criança dizer que “preto é feio”, durante a leitura de uma história. Isso motivou a criação do projeto “Cultura africana, aromas e sabores”, desenvolvido durante um ano letivo em parceria com colegas e cinco turmas da EMEI. A metodologia envolveu literatura, rodas, cantigas, culinária, brincadeiras, arte e ações inclusivas, promovendo reflexões sobre identidade, empatia e pertencimento. Ao final, observou-se a transformação de atitudes, o envolvimento da comunidade escolar, especialmente uma família que se emocionou com o reconhecimento afetivo de sua cultura, e o fortalecimento de práticas antirracistas alinhadas à BNCC e ao Currículo da Cidade de São Paulo. O artigo destaca também estratégias de adaptação para crianças com deficiência e/ou neurodivergência e propõe orientações para educadores multiplicarem essa experiência em outras unidades.