Este trabalho discorre sobre a ideia de democracia radical, ou mais de acorde a nossa realidade social, simplesmente, democracia direta. A partir de algumas reflexões sobre o movimento da economia solidária, entendido com práticas sociais concretas e diferenciadas, ensejando projetos alternativos para a construção de novas práticas polÃticas e econômicas, este trabalho vale-se do pensamento da filósofa Hannah Arendt, como referencial teórico. O trabalho se fundamenta em dados empÃricos oriundos de pesquisas relacionadas a empreendimentos sócio-econômicos no Estado do Rio Grande do Sul e na cidade de Rosário, ProvÃncia de Santa Fé, Argentina, além do estudo sistemático do pensamento arendtiano e seus comentadores. Defende-se que os conceitos arendtianos que compõem a vita activa: labor, trabalho [work] e ação, assim como suas análises a cerca do espaço público, representam aportes teóricos capazes de suscitar novas leituras das atividades desenvolvidas nesses empreendimentos. Conclui-se que o conceito arendtiano de ação, central para a noção de democracia radical, encontra no projeto de democratização da economia promovido pelo movimento da economia solidária, elementos substanciais para sua efetivação, uma vez que práticas democráticas de cidadania e protagonismo cÃvico, desde um trabalho emancipador, constituem caracterÃsticas observadas nas pesquisas referidas e na literatura especifica sobre a economia solidária.