Este trabalho utilizou a categoria da “escrevivência”, cunhada por Conceição Evaristo (2005), como ferramenta teórico-metodológica e política para o entendimento das letras das músicas escritas por mulheres negras rappers. Dessa forma, a finalidade do presente artigo é descrever as narrativas e vivências de mulheres negras rappers por meio da reflexão crítico-criativa de tais escritas, evidenciando, a partir dos cotidianos culturais e periféricos, a potência da educação popular nos contextos e espaços multirreferenciais. O desenho metodológico do estudo se ancorou na abordagem qualitativa, com a pesquisa colaborativa, de característica descritiva, tendo como estratégia de produção dos dados a documentação narrativa a partir das análises das letras de músicas produzidas por rappers negras. Para a análise dos resultados, foi utilizada a análise narrativa, organizada por conteúdos temáticos. Os resultados alcançados evidenciaram que as mulheres negras periféricas acionam as escrevivências como ferramentas críticas e políticas na produção de suas escritas das letras de rap, e como tática de (re)existência de gênero, raça e classe, denunciando as injustiças e opressões interseccionais que tentam invisibilizá-las e aniquilar as suas existências no tecido social.
In this work, the category of “writeability”, coined by Conceição Evaristo (2005), was used as a theoretical-methodological and political tool for understanding the lyrics of songs written by black female rappers. Thus, the purpose of this article is to describe the narratives and experiences of black female rappers through critical-creative reflection on such writings, highlighting, from cultural and peripheral everyday lives, the power of popular education in multi-referential contexts and spaces. The methodological design of the study was anchored in the qualitative approach, with collaborative research, with a descriptive characteristic, using narrative documentation as a data production strategy based on the analysis of song lyrics produced by black female rappers. To analyze the results, narrative analysis was used, organized by thematic contents. The results achieved showed that peripheral black women use writing as critical and political tools in the production of their rap lyrics, and as a tactic for the (re)existence of gender, race and class, denouncing the intersectional injustices and oppressions that attempt to make them invisible and annihilate their existence in the social fabric.
Este trabajo utilizó la categoría de “escritura”, acuñada por Conceição Evaristo (2005), como herramienta teórico-metodológica y política para comprender las letras de canciones escritas por rappers negras. Así, el propósito de este artículo es describir las narrativas y experiencias de rappers negras a través de una reflexión crítico-creativa sobre dichos escritos, destacando, desde la cotidianidad cultural y periférica, el poder de la educación popular en contextos y espacios multirreferenciales. El diseño metodológico del estudio estuvo anclado en el enfoque cualitativo, con investigación colaborativa, de carácter descriptivo, utilizando la documentación narrativa como estrategia de producción de datos a partir del análisis de letras de canciones producidas por rappers negras. Para analizar los resultados se utilizó el análisis narrativo, organizado por contenidos temáticos. Los resultados obtenidos mostraron que las mujeres negras periféricas utilizan la escritura como herramientas críticas y políticas en la producción de sus letras de rap, y como táctica para la (re)existencia de género, raza y clase, denunciando las injusticias y opresiones interseccionales que intentan hacer hacerlos invisibles y aniquilar su existencia en el tejido social.
