Este artigo propõe uma análise simbólica da chuva na canção popular brasileira, investigando como esse elemento natural é mobilizado poeticamente para representar emoções humanas profundas. A chuva, longe de ser um simples fenômeno climático, assume múltiplas funções simbólicas na construção da subjetividade do eu lírico: pode expressar tristeza, solidão, saudade, o fim de rela-cionamentos, mas também renovação, perdão e até mesmo uma dimensão espiritual ou divina. Fundamentado em autores como Gaston Bachelard (1990), que compreende a água como imagem da alma, e Gilberto Mendonça Teles (1989), que reconhece a natureza como metáfora recorrente na poesia brasileira, o estudo organiza a análise em cinco categorias temáticas: metáfora da tristeza ou solidão; símbolo de lembrança ou saudade; cenário do fim de um relacionamento; renovação, esperança ou perdão; e bênção divina, fertilidade ou manifestação de Deus. Para cada categoria, são apresentadas canções que evidenciam como a chuva funciona como elo simbólico entre o ambiente e os estados afetivos do sujeito poético.