Objetivo: Analisar a instrumentação e o conhecimento
dos profissionais da Equipe de Saúde da FamÃlia sobre a
notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes.
Métodos: Estudo de corte transversal realizado em três
municÃpios do Estado do Ceará, de janeiro a abril de 2012.
Participaram da pesquisa 51 profissionais: médicos (9),
enfermeiros (26) e cirurgiões-dentistas (16) que trabalhavam
na Estratégia Saúde da FamÃlia. Utilizou-se um questionário
para a coleta, e os dados foram submetidos à análise estatÃstica
descritiva e analÃtica por meio da aplicação do teste do
qui-quadrado de Pearson, sendo significante p≤0,05.
Resultados: Na amostra selecionada predominaram
profissionais que não haviam participado de treinamento
na área de violência contra crianças e adolescentes (86,3%),
conheciam o Estatuto da Criança e do Adolescente (90,2%)
e conheciam a ficha de notificação de maus-tratos (62,7%).
A maioria afirmou que a unidade de saúde possuÃa a ficha
(70,5%) e que sabia para qual lugar encaminhar as vÃtimas (82,3%). Prevaleceram os profissionais que não se depararam
com situações de maus-tratos (62,8%); dos 37,2% que
já tinham identificado algum caso, 60,0% relataram as
ocorrências. Houve associação significante (p=0,035)
entre o ato de notificar e a participação do profissional em
treinamento sobre o tema.
Conclusões: Este estudo mostrou que os participantes
têm dificuldades na notificação de maus-tratos em crianças e
adolescentes. Existem lacunas no conhecimento e fragilidades
na instrumentação para essa prática.
Objective: To analyze training and knowledge of professionals in the Family Health Team on reporting the mistreatment of children and adolescents.
Methods: Cross-sectional study carried out in three municipalities of Ceará State, Northeast Brazil, from January to
April 2012. The research included 51 professionals: physicians
(9), nurses (26), and dentists (16) who worked in the Family
Health Strategy. A questionnaire was used for data collection, which received descriptive statistical analysis with the
Pearson’s chi-square test, being significant p≤0.05.
Results: There was a predominance of professionals
who had not participated in violence against children and
adolescents training (86.3%); who knew the Child and
Adolescent Statute (90.2%), and how to notify mistreatment
(62.7%). Most interviewees said that the health unit had
the form (70.5%), and they knew where to refer victims to
(82.3%). Most professionals did not have any contact with
mistreatment situations (62.8%). Only 37.2% had already
identified some case and, among them, 60.0% reported the
occurrences. There was a significant association (p=0.035)
between the act of notifying and the participation in a training on the subject.
Conclusions: This study showed that the participants
have difficulties in the reporting mistreatment of children
and adolescents, and there are gaps in knowledge and weaknesses in training in this area.
Objetivo: Analizar la instrumentación y el conocimiento
de los profesionales del Equipo de Salud de la Familia sobre
la notificación de malos tratos en niños y adolescentes.
Métodos: Estudio de corte transversal, realizado en tres
municipios de la Provincia de Ceará (Brasil), en el periodo
de enero a abril de 2012.Participaron de la investigación
51 profesionales: médicos (9), enfermeros (26) y cirujanos
dentistas (16) que trabajaban en la Estrategia Salud de la
Familia. Se utilizó un cuestionario para la recolección y los
datos fueron sometidos al análisis estadÃstico descriptivo y
analÃtico por medio de la aplicación de la prueba de χ
2
de
Pearson, siendo significante p≤0,05.
Resultados: En la muestra seleccionada predominaron profesionales que no habÃan participado de entrenamiento en el área
de violencia contra niños y adolescentes (86,3%), conocÃan el
Estatuto del Niño y del Adolescente (90,2%) y conocÃan la ficha
de notificación de malos tratos (62,7%). La mayorÃa afirmó que
la unidad de salud poseÃa una ficha (70,5%) y que sabÃa adónde
encaminar las vÃctimas (82,3%). Prevalecieron los profesionales
que no se depararon con situaciones de malos tratos (62,8%);
de los 37,2% que ya habÃan identificado algún caso, el 60%
notificó las ocurrencias. Hubo asociación significante (p=0,035)
entre el acto de notificar con la participación del profesional en
entrenamiento sobre el tema.
Conclusiones: Este estudio mostró que los participantes
tienen dificultades en la notificación de malos tratos en
niños y adolescentes; existen lagunas en el conocimiento y
fragilidades en la instrumentación para esa práctica.
Palabras clave: malos tratos infantiles; notificación
compulsoria de enfermedad; violencia; niño; adolescente.