Instrumentação e conhecimento dos profissionais da equipe saúde da família sobre a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes/

Revista Paulista De Pediatria

Endereço:
Alameda Santos, 211 - 5° andar, Conj. 501/502/511/512
São Paulo / SP
Site: http://www.spsp.org.br
Telefone: (11) 3284-9809
ISSN: 1030582
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Instrumentação e conhecimento dos profissionais da equipe saúde da família sobre a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes/

Ano: 2013 | Volume: 31 | Número: 2
Autores: G. A. Moreira, A. A. Vasconcelos, L. A. Marques, L. J. Vieira
Autor Correspondente: G. A. Moreira | gracyremigio@gmail.com

Palavras-chave: maus-tratos infantis; notificação compulsória de doença; violência; criança; adolescente./child abuse; disease notification; violence; child; adolescent.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Analisar a instrumentação e o conhecimento
dos profissionais da Equipe de Saúde da Família sobre a
notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes.
Métodos: Estudo de corte transversal realizado em três
municípios do Estado do Ceará, de janeiro a abril de 2012.
Participaram da pesquisa 51 profissionais: médicos (9),
enfermeiros (26) e cirurgiões-dentistas (16) que trabalhavam
na Estratégia Saúde da Família. Utilizou-se um questionário
para a coleta, e os dados foram submetidos à análise estatística
descritiva e analítica por meio da aplicação do teste do
qui-quadrado de Pearson, sendo significante p≤0,05.
Resultados: Na amostra selecionada predominaram
profissionais que não haviam participado de treinamento
na área de violência contra crianças e adolescentes (86,3%),
conheciam o Estatuto da Criança e do Adolescente (90,2%)
e conheciam a ficha de notificação de maus-tratos (62,7%).
A maioria afirmou que a unidade de saúde possuía a ficha
(70,5%) e que sabia para qual lugar encaminhar as vítimas (82,3%). Prevaleceram os profissionais que não se depararam
com situações de maus-tratos (62,8%); dos 37,2% que
já tinham identificado algum caso, 60,0% relataram as
ocorrências. Houve associação significante (p=0,035)
entre o ato de notificar e a participação do profissional em
treinamento sobre o tema.
Conclusões: Este estudo mostrou que os participantes
têm dificuldades na notificação de maus-tratos em crianças e
adolescentes. Existem lacunas no conhecimento e fragilidades
na instrumentação para essa prática.



Resumo Inglês:

Objective: To analyze training and knowledge of professionals in the Family Health Team on reporting the mistreatment of children and adolescents.
Methods: Cross-sectional study carried out in three municipalities of Ceará State, Northeast Brazil, from January to
April 2012. The research included 51 professionals: physicians
(9), nurses (26), and dentists (16) who worked in the Family
Health Strategy. A questionnaire was used for data collection, which received descriptive statistical analysis with the
Pearson’s chi-square test, being significant p≤0.05.
Results: There was a predominance of professionals
who had not participated in violence against children and
adolescents training (86.3%); who knew the Child and
Adolescent Statute (90.2%), and how to notify mistreatment
(62.7%). Most interviewees said that the health unit had
the form (70.5%), and they knew where to refer victims to
(82.3%). Most professionals did not have any contact with
mistreatment situations (62.8%). Only 37.2% had already
identified some case and, among them, 60.0% reported the
occurrences. There was a significant association (p=0.035)
between the act of notifying and the participation in a training on the subject.
Conclusions: This study showed that the participants
have difficulties in the reporting mistreatment of children
and adolescents, and there are gaps in knowledge and weaknesses in training in this area.



Resumo Espanhol:

Objetivo: Analizar la instrumentación y el conocimiento
de los profesionales del Equipo de Salud de la Familia sobre
la notificación de malos tratos en niños y adolescentes.
Métodos: Estudio de corte transversal, realizado en tres
municipios de la Provincia de Ceará (Brasil), en el periodo
de enero a abril de 2012.Participaron de la investigación
51 profesionales: médicos (9), enfermeros (26) y cirujanos
dentistas (16) que trabajaban en la Estrategia Salud de la
Familia. Se utilizó un cuestionario para la recolección y los
datos fueron sometidos al análisis estadístico descriptivo y
analítico por medio de la aplicación de la prueba de χ
2
de
Pearson, siendo significante p≤0,05.
Resultados: En la muestra seleccionada predominaron profesionales que no habían participado de entrenamiento en el área
de violencia contra niños y adolescentes (86,3%), conocían el
Estatuto del Niño y del Adolescente (90,2%) y conocían la ficha
de notificación de malos tratos (62,7%). La mayoría afirmó que
la unidad de salud poseía una ficha (70,5%) y que sabía adónde
encaminar las víctimas (82,3%). Prevalecieron los profesionales
que no se depararon con situaciones de malos tratos (62,8%);
de los 37,2% que ya habían identificado algún caso, el 60%
notificó las ocurrencias. Hubo asociación significante (p=0,035)
entre el acto de notificar con la participación del profesional en
entrenamiento sobre el tema.
Conclusiones: Este estudio mostró que los participantes
tienen dificultades en la notificación de malos tratos en
niños y adolescentes; existen lagunas en el conocimiento y
fragilidades en la instrumentación para esa práctica.
Palabras clave: malos tratos infantiles; notificación
compulsoria de enfermedad; violencia; niño; adolescente.