Trata-se o presente artigo de uma análise sobre os diversos significados que as plantas, bebidas e alimentos assumiam no Brasil colonial, bem como das relações de poder que os perpassavam. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa histórica baseada nos relatos de cronistas e viajantes, bem como nas cartas de padres jesuítas e de outras ordens que, ao andarem por estas paragens nos séculos XVI e XVII, descreveram o cotidiano dos primeiros habitantes e suas impressões sobre a fartura da terra e dos alimentos. Com base nos pressupostos da história cultural, em particular da história da alimentação, procura-se evidenciar a ambiguidade e complexidade com que eram vistos os alimentos no Brasil colonial, destacando suas dimensões místicas. Vistas como alimento, remédio ou veneno, plantas, comidas e bebidas possuíam forte carga simbólica, além de serem práticas atravessadas por fortes relações de poder.
This article brings an analysis of the various meanings that plants, food and beverage assumed in colonial Brazil as well as the power relations that pervades itself. Methodologically, it is a historical research based on reports from chroniclers and travelers, as well as the letters of missionaries, to walk in these parts in the sixteenth and seventeenth centuries, described the daily life of the early inhabitants and their views on the fat of the land and foods. Based on the assumptions of cultural history, particularly the history of food, seeks to highlight the ambiguity and complexity with which foods were seen in colonial Brazil, enhancing its mystical dimensions. Seen as food, medicine or poison, plants, food and drinks possessed highly symbolic, and are crossed by strong practical power relations.