Este trabalho centra seus esforços em investigar acepções históricas de écfrase e, a partir disso, identificar de que maneira o recurso funciona inserto na poesia, especificamente no que se refere ao seu famoso uso no Escudo de Eneias, inserida na Eneida, de Virgílio. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico a respeito de suas acepções ao longo da história, partindo-se da antiguidade e chegando-se à contemporaneidade; em seguida, investigou-se de que maneira ele era visto enquanto elemento da retórica latina; por fim, analisou-se sua utilização na representação do Escudo de Eneias, observando-se seus contornos na composição poética do autor romano. Ao final, percebe-se como a écfrase / descriptio, enquanto elemento da elocução do discurso, compõe o repertório dos romanos versados em retórica e poesia, prestando-se a ornar o discurso, a ampliar ou reduzir o objeto descrito, e a provocar afecções de diversas ordens, a depender do objetivo do enunciador
This work focuses its efforts on investigating the historical meanings of ékphrasis and, based on these concepts, identifying how the resource works in poetry, specifically about the famous ékphrasis of the Shield of Aeneas, inserted in Virgil’s Aeneid. To this end, a bibliographical survey was carried out regarding the concept of ekphrasis, starting from antiquity and reaching contemporary times; then, we investigated how ekphrasis was seen as an element of Latin rhetoric; finally, the ékphrasis from the Shield of Aeneas is analyzed, observing how Virgílio uses the resource in his poetic composition. In the end, it becomes clear how ekphrasis/descriptio, as a resource used in the elocution of speech, makes up the repertoire of Romans versed in rhetoric and poetry, lending itself to adorning, expanding or reducing the object described, and provoking affections of various orders, depending on the enunciator’s objective