Pela comparação de dois quadros, de Kandinsky e Mondrian, o autor procura mostrar a absoluta insuficiência da designação que normalmente engloba os autores, i.e., serem eles abstratos. Mostra-se como se diferenciam pela maneira como se dá a relaçao do sujeito-pintor com a obra produzida; como, em Kandinsky, a obra não se autonomiza de uma intenção autoral, mantendo-se a obra vassala de uma significação antes postulada que alcançada; em Mondrian, ao invés, como o sujeito importa apenas como constituinte de algo que dele se torna independente. A essa diferença de modos de estar o sujeito presente corresponde uma outra: em Kandinsky, a subordinação à intenção significativa corresponde um amálgama de linhas e cores de sentido aleatório ou abstrato, ao passo que, em Mondrian, a autonomia do sujeito provoca um “correlato objetivo” a uma cena do mundo – o abstrato dá lugar à produção de uma cena, correspondente ao que temos chamado de mímesis da produção.
For the comparison of two pictures, of Kandinsky and Mondrian, the author tries to show the absolute insufficience of the assignment that labels the above mentioned artists, namely, the fact that are both taken as abstract painters. One reveals how they differentiate in the way how the-painter relates himself with the produced work, as it does in Kandinsky, whose work doesn´t frees itself from an authorial intention, keeping itself attached to a reached meaning which is claimed, but not actually accomplished. In Mondrian, on the other way, since the subject matters only as a part of something that becomes independent. To this difference among ways-of-be, the present subject corresponds a set of lines and colours whose meaning is random or abstract. In Mondrian, the subject´s autonomy provokes an objective correlated to secne of the world – the abstract gives place to the production of a scene, correspondent to what we have been called mimesis of production.