O PCB, ativo participante no debate econômico brasileiro entre sua
fundação em 1922 e 1964, tem uma contribuição pouco conhecida
para a análise do problema racial. A partir de um levantamento junto
a documentos, revistas e manifestações de economistas e intelectuais
do partido, foi possÃvel distinguir duas fases radicalmente opostas
na abordagem comunista da questão. Em um primeiro momento, até
meados dos anos 1930, o PCB nega a existência de um problema de
desigualdade racial no paÃs, posição que lhe custaria duras crÃticas por
parte de Moscou. Em seguida, o partido esteve por vezes na vanguarda
da crÃtica do racismo, apesar dos limites de seu quadro analÃtico para a
leitura dos problemas econômicos do paÃs de uma maneira geral.