“E a lei João da Lapa?”: Narrativas de homens autores de violência contra a mulher sobre a lei Maria da Penha

Revista da Defensoria Pública do Estado de São Paulo

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ISSN: 2674-9122
Editor Chefe: Guilherme Krahenbuhl Silveira Fontes Piccina
Início Publicação: 30/09/2019
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social

“E a lei João da Lapa?”: Narrativas de homens autores de violência contra a mulher sobre a lei Maria da Penha

Ano: 2024 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: RIBEIRO. everton borges, DE OLIVEIRA. Isabela Venturoza, MACEDO. Renata Guedes Mourão
Autor Correspondente: RIBEIRO. everton borges | evertombor@hotmail.com

Palavras-chave: violência de gênero, violência contra a mulher, violência doméstica e familiar contra a mulher, grupos reflexivos; masculinidades.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo oferece uma reflexão sobre como homens autores de violência contra a mulher percebem e narram suas concepções sobre a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. A partir da realização de grupos reflexivos de gênero com homens em São Paulo (SP), visa-se investigar a maneira como homens autores de violência (HAV) se posicionam diante da legislação Brasileira voltada à proteção de mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A alusão a uma "Lei João da Lapa" emerge como contraponto à Lei Maria da Penha, vocalizando a percepção dos homens sobre um pretenso desequilíbrio entre homens e mulheres quando o tema é proteção legal. Nesse contexto, uma lei que proteja os homens aparece para ilustrar as compreensões, resistências e justificativas de HAV frente à violência contra a mulher. A partir de suas narrativas, é possível compreender como as visões culturalmente informadas de HAV repercutem em sua compreensão e aceitação perante mecanismos legislativos criados para proteger as mulheres. Adota-se como metodologia uma abordagem qualitativa que inclui pesquisa documental e de caráter descritivo-exploratório no contexto de um grupo reflexivo com HAV. O artigo pretende, por fim, contribuir com reflexões que possam amparar as estratégias de enfrentamento à violência de gênero direcionadas a homens no Brasil.